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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Primeira cantada recebida. (Meu Deus, como pode...?)

 Hoje, como ontem, tive que ir para escola (claro!). Bem, nada demais né? Mais hoje foi um dia constrangedor para mim, como todos os outros dias da minha vida só que com uma pitada à mais de estúpidez, que graças a Deus não foi minha!
 Hoje acordei 05:00 da manhã, tomei banho, tomei café da manhã, escovei os dentes, arrumei os meus livros na mochila e bla bla bla. Depois fui pra escola. Bem, um dia normal. Com dois horários vagos sobro tempo de sobra pra conversar, fazer piadinha sem graça. Enfim, no meio do segundo horário vago, lá estava eu conversando com uma amiga - Na verdade eu tenho duas, mas uma faltou - até que ela foi fazer sei lá o que dentro da sala de aula. Ok. Esperei. Tudo tava bem, (fora o meu bum bum doendo, pois a cadeira o deixou amortecido.) até que...
 Dois garotos baixinhos, que provavelmente deviam ser da 6º série entre 10 ou 11 anos, andavam na minha direção. Comecei a perceber como eles eram, um era o mais baixinho, gordinho e tinha cabelo espetado com gel. O outro era alguns centimetros mais alto e não tinha cabelo espetado, mas tamabém usava gel. No começo pensei que não fosse comigo, até eu ver um deles, o mais baixinho, sentando perto da onde eu estava. "Tipo, hã? Mas que diabos esses pirralhos querem comigo?" - Pensei.
 Ele falou:
  - Aíí, tem um cara que quer te conhecer.
 Eu fiquei calada e olhando fixamente para o garotinho.
 - Não vai dar uma chance para ele? Hein? - Dessa vez quem falou foi o mais alto.
 Continuei calada, mas dessa vez fiquei olhando para árvore que ficava no meio do pátio da escola. Tive vontade de dar um soco nos dois. E tive mais vontade ainda de dar vários socos em quem mandou os dois pirralhos falarem aquilo pra mim. Mas ví que não seria uma boa ideia. Por tanto continuei quieta. Tipo, isso não se faz. Pegar uma garota desprevinida como eu. Ainda mais uma garota que ainda é bv, e nunca recebeu uma cantada na vida, Qual é?
 Sem saber o que fazer ou o que falar corri estintivamente na direção da sala de aula onde tava minha amiga. E quando virei o rosto procurando por ela, percebi que ela tava conversando com uma garota que eu nem sabia que estudava na mesma sala que eu.
 - Da licensa. Preciso falar com você.- Disse eu.
 Fiquei olhando pelo portão pra ver os dois restardados já tinham ido embora. Para meu alívio, eles estavam andando tão longe que nem dava pra perceber que eram eles.
 Puxei a minha amiga pelo braço, agente foi se sentar e eu contei tudo o que aconteceu.
 - Fica fria, isso é normal. Também odeio quando isso acontece comigo. - Disse ela como se fosse a coisa mas normal do mundo. - Se prepara por que isso vai acontecer várias vezes contigo.
 Olhei para ela com cara de espanto. Meu Deus, como pode algum garoto gostar de um ser com eu? Perguntei a mim mesma mentalmente. Enquanto eu ficava de boca aberta, esperando que alguma resposta caísse do céu e viesse em minha direção, andando pelo corredor vinha o garoto fofo que eu gostava. Ele veio em nossa direção. E a primeira coisa que ele fez foi abraçar a minha amiga. Apesar de saber que eles só eram amigos, tive vontade de reagir. De dizer para ele nunca mais fazer isso, pelo menos enquanto eu estava por perto, tive vontade de sair correndo e chorar. Mais a única coisa que pude fazer foi virar o rosto e olhar para qualquer coisa ao meu alcance.
 - Aaah, Rafa fala comigo! - Disse ele.
 Minha amiga e a grande boca dela disseram tudo o que aconteceu.
 Para minha própria surpresa, levei a minha mão até o rosto dele e apertei sua bochecha. Ele sorriu.
 - Nossa, isso mudou ela mesmo. Ela nem tá mais com raiva de mim. - Disse ele. Só para explicar, eu estava com raiva dele, sim. Por que toda vez que ele me via não falava comigo. E quando falava dizia só um: "Oi, Rafa!".
 Dei outra apertada na bochecha dele, mas dessa vez foi um pouquinho mais forte. Ele sorriu novamente, e foi embora para minha decepção. A campainha tocou, e do outro lado do corredor chegava o professor de C.F.B., entrei na sala junto com minha amiga.